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Mês do Orgulho LGBTI+: 5 ações para melhorar o atendimento ao público LGBTI+

Mês do Orgulho LGBTI+: 5 ações para melhorar o atendimento ao público LGBTI+

Você já parou para pensar que o preconceito e a LGBTIfobia são barreiras que dificultam o acesso à saúde do público LGBTI+?

Quem não vive isso na pele talvez não entenda, mas a discriminação pode levar à falta de qualidade na atenção ao paciente, ao abuso e à falta de respeito no tratamento e até à recusa total da prestação de cuidados, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Nesse aspecto, os profissionais de saúde também podem não compreender bem as necessidades específicas deste público, a exemplo de problemas de saúde e questões comportamentais resultantes do enfrentamento ao preconceito. 

Neste mês do Orgulho LGBTI+, queremos contribuir para o entendimento do que cada profissional de saúde pode e deve fazer a sua parte para melhorar o atendimento a estas pessoas. Para isso, reunimos informações das Cartilhas de Atenção Integral à Saúde da População Trans e de Homens Gays e Bissexuais, que chamam atenção para pontos simples, porém muito significativos.


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Antes de entender o que é possível fazer, na prática profissional, é preciso lembrar de alguns pontos:

  • A orientação sexual e a identidade de gênero são direitos de todas as pessoas e devem ser reconhecidos.
  • Só depois de um longo processo de interação entre o profissional de saúde e o paciente é que é possível perceber as diferenças de cada indivíduo em relação a sua própria identidade. É necessário construir uma relação de confiança no atendimento.
  • A sexualidade é apenas um dos aspectos da vida e da saúde dessa população. É importante abordar temas ligados ao sexo seguro e às ISTs, mas outros problemas de saúde também acometem este público e precisam ser lembrados.

Saúde LGBTI+: a teoria na prática

Quando você não tem conhecimento sobre algum assunto, é normal se sentir inseguro ou não saber como atuar corretamente. Por isso, a busca por conhecimento é o melhor caminho para ganhar mais segurança e prestar um serviço melhor para todos. 

O que fazer para melhorar o atendimento aos LGBTI+?

 

  • Respeite as diferenças no dia a dia do cuidado a usuários nos serviços de saúde, acolhendo sem discriminação e preconceito.
  • Tenha uma escuta qualificada para garantir o atendimento humanizado e integral. Sempre tenha em mente a ética profissional e, caso atue no SUS, não esqueça dos princípios da universalidade, integralidade e equidade.
  • Nome social: usar, conforme determinação, para chamar, atender e preencher os prontuários, além de sensibilizar quem está a sua volta. Também é necessário acrescentar um espaço específico para o seu preenchimento e garantir que ele fique em destaque em relação ao nome civil em todos os ambientes.
  • Em caso de internação, alocar o público LGBTI+ em enfermarias compatíveis com sua identidade de gênero.
  • Os usuários dentro de unidades de saúde precisam ser reconhecidos conforme sua identidade de gênero e, por exemplo, usar o banheiro indicado para o gênero que se identificam. Para isso, é preciso fomentar uma cultura de respeito à diversidade e às expressões de gênero

Pode parecer simples, mas, ao reforçar estas atitudes no cotidiano da prática profissional, você contribui para garantir um acesso à saúde melhor para o público LGBTI+


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Dicas para o atendimento a pessoas trans

As pessoas trans sofrem discriminação ao buscar um serviço de saúde. Como consequência, suas demandas específicas – como a hormonioterapia e seus efeitos adversos – podem não ser tratadas ou abordadas como deveria. 

A Cartilha de Atenção Integral à Saúde da População Trans tem orientações ao profissional de saúde no atendimento a este público, além de explicar conceitos e abordar o Processo Transexualizador no SUS. Este foi instituído pelas Portarias nº 1.707 e nº 457 de agosto de 2008 e ampliado pela Portaria nº 2.803, de 19 de novembro de 2013. Para o público trans, por exemplo, é fundamental o atendimento na atenção básica e, quando necessário, encaminhar para a rede de atenção especializada. 

De acordo com o documento, uma equipe multiprofissional pode atender o público trans com maior sucesso diante da complexidade das demandas que este traz. E realmente há demandas específicas para estas pessoas, a exemplo de assuntos relativos a modificações corporais.

Os usuários trans chegam às unidades de saúde, em geral, já tendo feito mudanças corporais por conta própria, em condições pouco adequadas e na rede privada ou no exterior. É importante estar atento também pois há casos de automutilação em razão de um sofrimento intenso por não se identificar com o próprio corpo, como a autoamputação das mamas (homens trans) e do pênis ou testículos (mulheres transexuais).

A cartilha ainda informa que é frequente a aplicação de silicone industrial por “bombadeiras” e a utilização abusiva de hormônios femininos entre mulheres transexuais e travestis. Sobre os homens trans, há casos de compra de anabolizantes esteroides (testosterona) em academias e uso de hormônios masculinos de origem animal para uso veterinário. Sem falar que, em função do uso prolongado de faixas compressoras para disfarçar as mamas, há relatos de danos ao músculo peitoral e ao tecido mamário

Além disso, deve-se lembrar que homens trans podem precisar de atendimento ginecológico preventivo ou para tratamento de problemas desta especialidade. Também há indicação para exames para prevenir o câncer de próstata mesmo para travestis e mulheres transexuais que já realizaram mudanças corporais ou cirurgias de redesignação sexual. 

Compreender todas estas especificidades e possíveis demandas é essencial para um atendimento mais humano e acolhedor. Afinal, todas as pessoas são únicas e entender as suas características ajuda a prestar um serviço mais empático e completo possível

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