Todas as Áreas

Carreiras

Resinas Compostas: 10 coisas que você precisa saber sobre essa área da dentística!

Resinas Compostas: 10 coisas que você precisa saber sobre essa área da dentística!

Uma das coisas mais comuns na dentística é a necessidade de restauração dental. Manchas, desgastes no esmalte ou na estrutura dental e destruições causadas pela cárie são demandas frequentes no cotidiano de dentistas que têm como indicação comum o uso de resinas compostas. 

Esse material ainda é capaz de mudar a forma, preenchever cavidades causadas pela cárie e minimizar imperfeições do dente. Sua importância é tamanha que conhecimentos sobre as resinas compostas são cobrados nas provas de concursos e residência da área de Odontologia. 

Neste texto reunimos 10 informações que você precisa saber sobre as resinas compostas. Navegue pelo índice abaixo para continuar a leitura!

1. O que são resinas compostas

2. Qual a indicação de uso das resinas compostas

3. Formação das resinas compostas

4. São classificadas por tamanho

5. São classificadas por viscosidade

6. São classificadas por ativação

7. Propriedades físicas

8. Propriedades mecânicas

9. Avaliação de dureza

10. Acabamento das resinas

Dúvidas frequentes

 

 

 

1. O que são resinas compostas

São materiais poliméricos constituídos por uma matriz orgânica reforçada por uma dispersão de vidros, cristais ou partículas de carga, sendo então esses dois componentes unidos por agentes de união, os silanos orgânicos. As resinas compostas são as mais utilizadas para restaurações diretas, tanto em dentes anteriores, como em posteriores, devido a suas características mecânicas e estéticas. Também promovem preparos extremamente conservadores, preservando estrutura dental sadia

2. Qual a indicação de uso das resinas compostas

São indicadas para restaurações diretas, restaurações indiretas, selante de fóssulas e fissuras, núcleo de preenchimento, reconstruções dentais, facetas diretas e indiretas.

3. Formação das resinas compostas

As resinas compostas são formadas por matriz orgânica, matriz inorgânica e um agente de união. Cada item está detalhado abaixo.

Matriz orgânica

É uma estrutura polimérica criada pela união dos monômeros dimetacrilatos por ligações lineares e um grande percentual de ligações cruzadas. Apresenta resistência satisfatória, rigidez e estabilidade, o que confere longevidade.

Tem como principal componente os monômeros, cuja função é fornecer as características manipulativas e físicas desejadas. O monômero mais utilizado é o BIS-GMA (bisfenol-A glicidil metacrilato), misturado a outros monômeros, em menores proporções, como UDMA (uretano dimetacrilato), TEGDMA (trietileno glicol dimetactrilato), BI-EMA (bisfenol hidroxietil metacrilato) e EGDMA (etilenoglicol dimetacrilato). Um inibidor de polimerização é incorporado à matriz orgânica para garantir vida útil mais longa ao material. Outro componente da matriz orgânica são os modificadores de cor, pigmentos inorgânicos que permitem ao material apresentar diferentes cores. O último elemento desse composto é o sistema iniciador e ativador, cujos agentes, quando ativados, desencadeiam a reação de polimerização das resinas compostas.

Carga ou matriz inorgânica

Esse material é necessário para impedir a alta concentração de polimerização, o elevado coeficiente de expansão térmica e sorção de água, e propriedades físico-mecânicas insatisfatórias. Entre as funcionalidades da carga inorgânica estão:

  • Conferir rigidez superficial e maior resistência à compressão e tração, aumentando a durabilidade e o desempenho clínico;
  • Reduzir a contração de polimerização e a contração e expansão térmica;
  • Controlar a viscosidade e as características de manipulação; diminui a absorção da água;
  • Alcançar a radiopacidade com a incorporação de partículas de vidro que contêm átomos de metais pesados como bário, estrôncio e zinco.

Agentes de união

Esse elemento é responsável por unir quimicamente as partículas de carga à matriz orgânica de maneira estável, para que as resinas compostas apresentem um comportamento mecânico satisfatório. O agente de união mais comumente utilizado é o silano, molécula bifuncional e anfótera que possui a capacidade de se unir quimicamente tanto a componentes orgânicos quanto a componentes inorgânicos. O uso dos agentes de união permite que a matriz polimérica, mais flexível, transfira tensões para as partículas de carga, que são mais rígidas, de modo que haja efetiva distribuição de tensões por toda a massa do material. 

4. São classificadas por tamanho

As resinas compostas são classificadas pelo tamanho das partículas inorgânicas e sua porcentagem em volume. Podem ser macroparticuladas, microparticuladas, micro-híbridas e nanoparticuladas.

Macroparticuladas

São mais antigas e já não são mais oferecidas pelo mercado com a finalidade restauradora. Por outro lado, essa classificação segue a ser apresentada por motivos didáticos, para apresentar a evolução do material. Características: dificuldade de polimento, maior susceptibilidade ao manchamento, baixo coeficiente de expansão térmico-linear, baixa resistência mecânica.

Microparticuladas

Apresentam tamanho médio das partículas de sílica coloidal, o que confere ao material maior lisura superficial, embora possua extensa área de superfície relativa, acarretando na necessidade de grande quantidade de matriz orgânica para molhamento. Pequenas quantidades de sílica coloidal podem ser inseridas na matriz orgânica, para que não ocorra aumento exagerado na viscosidade do material. Características: melhor polimento da resina composta, alto coeficiente de expansão térmico-linear e maior susceptibilidade à sorção de água, baixa resistência mecânica.

Híbridas

Misturam dois tipos diferentes de partículas, a sílica coloidal e partículas de vidro. Características: lisura superficial satisfatória, altas propriedades mecânicas, semelhante às resinas de partículas pequenas, são resinas universais, podendo ser usadas tanto em dentes anteriores quanto em posteriores.

Nanoparticuladas

São resinas compostas com nanopartículas de sílica com diâmetro entre 1 e 80 nm, tratadas com um agente de união que forma grupamentos de até 75 nm. São partículas 10 vezes menores do que as resinas microparticuladas. Características: excelente polimento e brilho, alta propriedade mecânica.

5. São classificadas por viscosidade

As resinas compostas também podem ser classificadas de acordo com sua viscosidade. Neste caso, segue a divisão baixa, média e alta viscosidade.

Baixa viscosidade

Esse tipo de resina é conhecido como flow ou fluidificada. A baixa viscosidade permite que essas resinas se espalhem mais facilmente em regiões de difícil acesso, sem aprisionamento de bolhas. Características: menor quantidade de carga, alteração da matriz resinosa (tipo e conteúdo), maior quantidade de monômeros diluentes, baixa resistência à compressão, redução do módulo de elasticidade; maior contração de polimerização; são indicadas em cavidades classe V, selante de fóssulas e fissuras, selamento das margens de restaurações, classe III pequena, base de restaurações de resina composta e até mesmo cimentação de lentes de contato cerâmicas.

Média viscosidade

São as resinas compostas convencionais.

Alta viscosidade

São resinas também chamadas de resinas compactáveis ou condensáveis. Surgiram para reproduzir pontos de contato e contornos proximais, além de facilitar a manipulação das resinas, ajudando na aderência da resina nas espátulas de inserção. Características: apresentam baixa estética, difícil polimento e maior rugosidade; possuem alto conteúdo de carga, melhores propriedades mecânicas, maior rugosidade superficial e difícil manipulação; são indicadas para dentes posteriores

6. São classificadas por ativação

Outra classificação possível para as resinas compostas é quanto à forma de ativação. Aqui, elas se dividem em fotoativadas e quimicamente ativadas.

Fotoativadas

São ativadas por luz visível, em sua grande maioria luz azul. O iniciador dessas resinas é a canforoquinona, utilizada sozinha ou junto com outros tipos de fotoiniciadores, que, ao reagir com a amina terciária, formam radicais livres, iniciando a polimerização por adição. Permitem o controle do tempo de trabalho e o uso de diferentes cores.

Quimicamente ativadas

Representam a primeira forma de uso comercial da resina composta. São apresentadas em duas pastas, uma contendo o ativador (amina terciária) e outra contendo o iniciador (peróxido de benzoíla), que reagem entre si quando misturados, gerando radicais livres que darão início ao processo de autopolimerização.

7. Propriedades físicas

As resinas compostas possuem as seguintes propriedades físicas:

  • Contração de polimerização, ou seja, a aproximação dos monômeros de baixo peso molecular para formar cadeias mais longas de moléculas extensas;
  • Sorção de água e solubilidade em meio aquoso;
  • Radiopacidade;
  • Estabilidade de cor.

8. Propriedades mecânicas

As propriedades mecânicas das resinas compostas se relacionam com o grau de conversão da matriz orgânica e com o percentual de carga. São elas:

  • Resistência à compressão;
  • Resistência à flexão;
  • Módulo de elasticidade e resistência ao desgaste.

9. Avaliação de dureza

A dureza das resinas compostas é relevante para que seja possível predizer o comportamento clínico de uma determinada resina composta. O teste de dureza mais empregado é chamado “microdureza Knoop”. Materiais com elevado conteúdo volumétrico de carga apresentam maior resistência à penetração, sendo maior sua microdureza.

10. Acabamento das resinas

O acabamento e o polimento das resinas compostas são passos fundamentais para aumentar a longevidade das restaurações. Se feitos de forma inadequada, acarretam rugosidade superficial e aumentam o desgaste, a instabilidade de cor e o acúmulo de biofilme, comprometendo o desempenho da restauração.


CONHEÇA UM DOS USOS PRÁTICOS DAS RESINAS COMPOSTAS NO DIA A DIA CLÍNICO


Dúvidas frequentes

As resinas compostas são materiais que fazem parte do cotidiano do dentista. Por isso mesmo, algumas questões ainda deixam muitos profissionais em dúvida. Acompanhe abaixo, quem sabe essa não é uma dúvida sua também?

Quando é indicado o uso das resinas compostas?

As resinas compostas devem ser usadas em casos de restaurações diretas e indiretas, selante de fóssulas e fissuras, núcleo de preenchimento, reconstruções dentais e facetas diretas e indiretas.

Qual a composição das resinas compostas?

As resinas compostas são formadas por matriz orgânica, carga inorgânica e um agente de união. A matriz orgânica tem como principal componente os monômeros, cuja função é fornecer as características manipulativas e físicas desejadas. A matriz inorgânica, por sua vez, impede a manifestação de características indesejáveis para o procedimento, como a alta concentração de polimerização, o elevado coeficiente de expansão térmica e sorção de água. O agente de união une quimicamente as partículas de carga à matriz orgânica de maneira estável, para que as resinas compostas apresentem um comportamento mecânico satisfatório.

A que devo me atentar no acabamento das resinas compostas?

É essencial estar atento ao acabamento e polimento das resinas compostas, para garantir longevidade das restaurações. Se essa etapa foi feita de forma inadequada, podem acarretar aumento do desgaste, instabilidade da cor e acúmulo de biofilme.

 

Dentística é uma área que te interessa? Conheça a coleção Manuais da Odontologia, que reúne diversos assuntos desse campo da Odontologia!

Cadastre-se para ter acesso personalizado ao conteúdo completo da Sanar.
Cadastre-se para ter acesso personalizado ao conteúdo completo da Sanar.