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Benefícios do Metilsulfonilmetano (MSM) na saúde humana | Colunista

Benefícios do Metilsulfonilmetano (MSM) na saúde humana | Colunista

Nos últimos tempos tem surgido no mercado uma grande variedade de suplementos dietéticos que vem ganhando notoriedade por seus efeitos na saúde e bem estar de quem os consome. Um deles que podemos citar é o enxofre orgânico, ou simplesmente metilsulfonilmetano (MSM), que é um composto orgânico contendo enxofre, derivado do dimetilsulfóxido (DMSO). Seu uso vai desde a estética a uso coadjuvante para tratar doenças como osteoartrite, dentre outras.

É um composto sinteticamente fabricado pela oxidação do dimetilsulfóxido com peroxido de hidrogênio (H 2 O 2) e purificado por cristalização ou destilação. Sendo este um processo sem diferenças estruturais e semelhante com o produzido naturalmente. Todo este processo torna possível ingerir boa quantidade bioativa de enxofre, sem ter que consumir grandes quantidades irrealistas de alimentos (FIRN, 2010).

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Em 1981, o químico Robert Herschler obteve uma patente para usar o MSM como um suplemento destinado as condições estéticas, para alisar, suavizar a pele e fortalecer as unhas. Algum tempo depois o químico solicitou novas patentes, sendo desta vez para uso como um tratamento coadjuvante nos casos de fadiga crônica, estresse, falta de disposição, tratamento da dor, tratar infecções parasitárias, melhorar a circulação e a cicatrização de feridas dentre outras utilidades (HERSCHLER, 1984).

Apesar de na literatura ainda haver poucos estudos que possam corroborar com os achados de Robert Herschler, a literatura presente vem mostrando bons resultados no tratamento da artrite, alguns distúrbios inflamatórios como no caso da cistite intersticial (Síndrome da bexiga dolorosa), rinite alérgica, e inflamação induzida por exercício físico (BARRAGER et al., 2002). No ano de 2007 o metilsulfonilmetano ganhou o status de “Geralmente reconhecido como seguro” pela a Food and Drug Administration nos EUA (BORZELLECA; SIPES; WALLACE, 2007)

A ação do nutriente vem sendo cada vez mais investigada e discutidas em diferentes estudos clínicos, contra diferentes doenças, sendo uma delas alguns tipos de canceres, já que o metilsulfonilmetano tem seu efeito na apoptose em diferentes modelos de cânceres, tanto in vitro, quanto in vivo.

A combinação de MSM com uma droga para o tratamento do câncer de mama, o tamoxifeno, ajudou a inibir o crescimento do tumor de câncer de mama, além também de reduzir sua metástase, in vivo e in vitro, por impedir o crescimento de alguns genes envolvidos no processo como Janus quinase 2 (JAK2) e transdutor de sinal e ativador da via de transcrição 5b (STAT5b) (NIPIN et al., 2015).

Também demostrou suprimir o crescimento de células cancerígenas no fígado, diminuído o crescimento de três tipos de linhagens de células envolvidas na biogênese do tumor hepático (KIM et al., 2014). Em outro estudo, o uso do nutriente também se mostrou promissor contra células cancerígenas de câncer de bexiga, diminuindo o seu crescimento, progressão e metástase (JOUNG et al., 2014).

Na saúde da derme, podemos observar que em um estudo realizado em duas etapas, onde na primeira etapa foi realizado um estudo pré-clínico inicial de marcadores gênicos in vitro, onde avaliou a eficácia de uma solução contendo MSM a 2,5% na expressão de 92 genes associados à função da pele.

Na segunda parte do estudo, foi realizado um estudo duplo-cego controlado por placebo, com 20 mulheres saudáveis, a quais ingeriram 3g por dia do suplemento dietético OptiMSM ou placebo, durante 16 semanas.

O resultado mostrou que o composto dietético foi capaz de regular a expressão genômica dos principais genes responsáveis pela saúde da pele, além de prevenir o envelhecimento precoce. Naqueles pacientes que ingeriram o nutriente, o resultado também se mostrou positivo, como melhora do tom da pele, redução de linha finas e profundidade das mesmas, além de melhorar a textura (ANTHONAVAGE; BENJAMIN; WITHEE, 2015).

Já na atividade física o suplemento dietético tem se mostrando eficaz na redução de lesões. Em um estudo duplo cego, controlado por placebo, com 22 participantes do sexo masculino, que foram escolhidos aleatoriamente para ingerir, 3g de OptiMSM e placebo, durante 21 dias, onde os mesmos iriam participar de uma maratona. No grupo que ingeriu a substância, foi observado uma redução de dores musculares e articulares pós atividade física em níveis clinicamente significativos em comparação ao grupo que ingeriu o placebo (WITHEE et al., 2015).

Outra condição para a qual o composto é bastante utilizado é no tratamento da osteoartrite, que é uma doença inflamatória e degenerativa da cartilagem, que causa dor, rigidez, perda da função, tendo uma expectativa no aumento dos casos de 78 milhões de pessoas até 2040, sendo também considerado o principal motivo de dores articulares e comprometimento funcional no mundo (SZYCHLINSKA et al., 2016).

Um estudo duplo-cego, controlado por placebo, envolvendo 50 pacientes, onde os mesmos receberam uma dose de 3g de OptiMSM, duas vezes por dia (total de 6g diários), com duração de 12 semanas, trouxeram resultados positivos, no quesito redução da dor, medida pela escala de WOMAC (Questionário que avalia a qualidade de vida incluindo sinais e sintomas como dor, rigidez articular e atividade física, sendo direcionado para pessoas com diagnóstico de osteoartrose) e homocisteína na urina e plasma, além de melhoras nas atividades de movimento no grupo que foi tratado com o composto (KIM, et al., 2006).

O mineral se faz necessário no metabolismo dos carboidratos, na produção de algumas proteínas, desintoxicação e equilíbrio redox, além de atuar como um agente anti-inflamatório e antioxidante (NIMNI; HAN; CORDOBA, 2007). A suplementação com enxofre pode ser necessária em situações em que os indivíduos estejam em um estado de restrição alimentar voluntária, como no caso de dietas restritas prolongadas, vegetarianos estritos, doenças inflamatórias, e durante a gravidez (INGENBLEEK; KIMURA, 2013).

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O enxofre é encontrado nas proteínas, mas exclusivamente em apenas dois aminoácidos, dos vintes que compõem as proteínas, que contém enxofre, a quais são eles, metionina e cisteína. De um modo geral, as fontes proteicas fornecem entre 3% a 6% de aminoácidos sulfurados, necessário para a síntese de enxofre (VAN DE POLL; DEJONG; SOETERS, 2006).

A cisteína é um aminoácido classificado como condicionalmente essencial, ou seja, nosso corpo até consegue produzi-la, mas em situações intensas e de estresse, essa produção pode não ser suficiente para atender as demandas do corpo.

Também é sabido que a ingestão adequada de metionina é capaz de suprir, em uma situação de carência da ingestão de cisteína, a necessidade fisiológica da mesma, além de ser capaz de fornecer todo o enxofre que o organismo necessita, com exclusão de duas vitaminas do complexo B, como tiamina e biotina, que contém enxofre.

Para indivíduos maiores de 1 ano de idade, é recomendado 25 mg de cisteína e metionina combinada para cada grama de proteína alimentar. Uma dose de 700mg de cisteína é considerada eficiente, afim de fornecer o enxofre necessário para o organismo humano (INSTITUTE OF MEDICINE, 2005).

Fontes de cisteína podemos citar, dentre os alimentos, como, cereais integrais, alho, cebola, brócolis, castanhas, batata, cenoura, soja, peixe, carne. Em relação ao suplemento dietético, a ingestão de 3g de MSM é uma das mais utilizadas em estudos, podendo ser de até 6g por dia sem trazer prejuízos ao organismo, por ser seguro para o consumo. 

Mesmo com tantos benefícios demostrado em estudos e pesquisas, ainda sim é importante que haja mais achados clínico científicos para assim pode firmar a sua ação e influência benéfica na saúde humana em diferentes contextos. Sendo assim, se faz necessário mais estudos para corroborar com os achados aqui presente.

Matérias relacionadas:

Referências

ANTHONAVAGE, M.; BENJAMIN, R. L.; WITHEE, E. D. Effects of oral supplementation with methylsulfonylmethane on skin health and wrinkle reduction. Nat. Med. J., v. 7, 2015.

BARRAGER, Eleanor et al. A multicentered, open-label trial on the safety and efficacy of methylsulfonylmethane in the treatment of seasonal allergic rhinitis. The Journal of Alternative & Complementary Medicine, v. 8, n. 2, p. 167-173, 2002.

BORZELLECA, J. F.; SIPES, I. G.; WALLACE, K. B. Dossier in support of the generally recognized as safe (gras) status of optimsm (methylsulfonylmethane; msm) as a food ingredient. Food and Drug Administration: Vero Beach, FL, USA, 2007.

FIRN, R. CHAPTER 4: Are natural products different from synthetic chemicals? In Nature’s Chemicals: The Natural Products That Shaped Our World; Oxford University Press on Demand: Oxford, UK, 2010 

HERSCHLER, Robert J. Preparations containing methylsulfonylmethane and methods of use and purification. U.S. Patent n. 4,477,469, 16 out. 1984.

Institute of Medicine. Dietary reference intakes for energy, carbohydrate, fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein, and amino acids. Washington (DC): National Academy Press; 2005.

INGENBLEEK, Yves; KIMURA, Hideo. Nutritional essentiality of sulfur in health and disease. Nutrition reviews, v. 71, n. 7, p. 413-432, 2013.

JOUNG, Youn Hee et al. Combination of AG490, a Jak2 inhibitor, and methylsulfonylmethane synergistically suppresses bladder tumor growth via the Jak2/STAT3 pathway. International journal of oncology, v. 44, n. 3, p. 883-895, 2014.

KIM, Joo-Hyun et al. Methylsulfonylmethane suppresses hepatic tumor development through activation of apoptosis. World journal of hepatology, v. 6, n. 2, p. 98, 2014.

KIM, Linda S. et al. Efficacy of methylsulfonylmethane (MSM) in osteoarthritis pain of the knee: a pilot clinical trial. Osteoarthritis and cartilage, v. 14, n. 3, p. 286-294, 2006.

NIPIN, S. P. et al. The combination of methylsulfonylmethane and tamoxifen inhibits the Jak2/STAT5b pathway and synergistically inhibits tumor growth and metastasis in ER-positive breast cancer xenografts. BMC cancer, v. 15, n. 1, p. 1-16, 2015.

NIMNI, Marcel E.; HAN, Bo; CORDOBA, Fabiola. Are we getting enough sulfur in our diet?. Nutrition & metabolism, v. 4, n. 1, p. 1-12, 2007.

SZYCHLINSKA, Marta Anna et al. Co-expression and co-localization of cartilage glycoproteins CHI3L1 and lubricin in osteoarthritic cartilage: morphological, immunohistochemical and gene expression profiles. International journal of molecular sciences, v. 17, n. 3, p. 359, 2016.

VAN DE POLL, Marcel CG; DEJONG, Cornelis HC; SOETERS, Peter B. Adequate range for sulfur-containing amino acids and biomarkers for their excess: lessons from enteral and parenteral nutrition. The Journal of nutrition, v. 136, n. 6, p. 1694S-1700S, 2006.

WITHEE, Eric D. et al. Effects of msm on exercise-induced muscle and joint pain: A pilot study. Journal of the International Society of Sports Nutrition, v. 12, n. 1, p. 1-2, 2015.

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