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A eletroestimulação como tratamento da incontinência urinária | Colunista

A eletroestimulação como tratamento da incontinência urinária  | Colunista

De acordo com a International Continence Society (ICS) e pela Urogynecoogical Association (IUGA) a Incontinência Urinária (IU) pode ser definida como qualquer perda involuntária de urina, com maior incidência no sexo feminino acima dos 50 anos, considerada uma circunstância desconfortável de origem multifatorial, a qual interfere na saúde física e mental dos pacientes, comprometendo assim, a qualidade de vida dessas pessoas.

Existem 5 tipos de IU, a (Enurese Noturna), caracteriza pela perca involuntária de urina durante o período de sono, a (Incontinência por transbordamento), ocorre quando a bexiga está cheia por longo período, a IUU (Incontinência Urinária de Urgência), definida como um desejo irresistível de urinar, a IUE (Incontinência Urinária de Esforço), sendo a mais comum, descrita como, perda involuntária de urina, geralmente durante algum tipo de esforço, como, espirrar ou tossir, e a Incontinência Urinária Mista, que está relacionada a combinação das duas condições anteriores. 

Geralmente a frequência miccional está associa a noctúria e aos sintomas de urgência, tendo como principal queixa, acordar mais de oito vezes durante a noite com intensa necessidade de urinar, esse processo é denominado (noctúria). Além disso, é importante ressaltar que alguns fatores contribuem para o surgimento da IU, como, o excesso de peso, pessoas obesas tende a aumentar a pressão intra-abdominal, podendo levar ao estresse dos músculos do assoalho pélvico.

Eletroestimulação do nervo tibial posterior como um dos tipos de tratamento conservador

A figura 5 mostra o nervo tibial posterior, uma ramificação do nervo ciático, sendo este misto com aferência motora e sensitiva, saindo das raízes de L4 a S3, compartilhando as mesmas raízes que inervam a bexiga, ou seja, a estimulação direta das fibras aferentes S2-S3 pode suprimir a hiperatividade da bexiga, induzindo a redução do escape urinário. Há poucos estudos sobre o tema, porém a literatura caracteriza este método como sendo eficaz, para redução da hiperatividade e redução da noctúria. 

Legenda: Figura 5– Pé com o ramo calcâneo medial originando-se do nervo tibial dentro do túnel do tarso.

Como é feito essa técnica?

Geralmente é realizada pela estimulação percutânea, colocando os eletrodos sob a pele, tendo maior incidência sobre o trajeto do nervo induzindo a inibição do músculo detrusor. Sendo indicado aplicação durante duas sessões, moduladas com frequências estipuladas pelo limitar nociceptivo do paciente, esse método de tratamento. Este método é indolor, não apresente reações adversas, de baixo custo, sendo utilizado por fisioterapeutas que trabalham na saúde da mulher.

Fisiologia da modulação do TENS para controle da hiperatividade do musculo detrusor

O estímulo é feito  por meio de frequências especificas determinadas pelo limiar do paciente. Estudos demonstram que ao estimular o tibial posterior ocorre a diminuição da atividade do musculo detrusor, culminando na inibição da atividade da bexiga. De forma retrograda o impulso elétrico atinge o plexo hipogástrico e chega até o detrusor, diminuindo as contrações, o que diminui a hiperatividade.

Os fatores pessoais como percussores da IU (Incontinência Urinaria)

A IU é desconfortável ao ponto de muitas pessoas deixarem de expressar o problema por sentir vergonha e constrangimento, tal fator acarreta na demora em procurar soluções para os diversos tipos de incontinência.

Em consultas médicas rotineiras, o assunto não se torna alvo da conversa, o que pode criar uma barreira por parte do paciente- profissional de saúde. Neste caso, é extremamente importante, a interação de uma equipe multidisciplinar para tratar casos que culmina este cenário.

Dentre esses profissionais está o fisioterapeuta, na área da Fisioterapia Uroginecológica, promove condutas satisfatórias, baseadas em evidencia no controle da IU como, a cinesioterapia pélvica que contribui para fortalecer os músculos do assoalho pélvico, o biofeedback perineal, para a conscientização e relaxamento do períneo, assim como os exercícios de fortalecimento da musculatura estabilizadora de quadril e abdômen (CORE). Independente do profissional, é importante fazer uma boa anamnese com o paciente para que ele possa se sentir acolhido.

Embora existam estudos que comprovem a eficácia da utilização da eletroestimulação transcutânea na redução da hiperatividade da bexiga por estimulação das fibras S3-S4, ainda não está bem definida a melhor técnica de neuromodulação. Tendo em vista que a eletroestimulação é uma técnica segura, de simples aplicação e bem tolerada pelos pacientes, faz-se necessário evidenciar qual a forma de aplicação mais eficaz para cada tipo de modalidade terapêutica.

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Referências

Andrelise Viana Rosa Tomasi et al. Electrostimulation of the posterior tibial nerve in treatment of urinary incontinence. Rev enferm UERJ, Rio de Janeiro, 2014

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